quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Eu escrevo na água todos os dias

Não é que não me apeteça escrever. Pelo contrário, apetece-me dizer: Rocambole, Rasputin, Robin dos Bosques. Reinos da utopia, castelos da Baviera, velhas pedras do passado, ameias, Bacantes e tochas ardentes. Cantos gregorianos, cenários de luxúria, Vernissages, baralhos dos dias, Casanova. Roissy, Soho, tresloucado, Ilha dos Amores, Central Station.
Quero falar-te de coisas de nada. Não me importa que as nossas vidas não venham na história. Só exijo que acredites nos sonhos que não morrem neste mundo.

"Olho para o papel branco (afinal um tudo-nada pardacento) sem a angústia de que falava Gauguin (ou será Van Gogh?) ao ver-se frente da tela, mas com apreensão, apesar de tudo, Que vou eu escrever – eu, a quem nada neste mundo obriga a escrever? Eu, antecipadamente sabedor da inutilidade das linhas que neste momento ainda não redigi..." Augusto Abelaira, Bolor

* "Escrever na água" era o nome da crónica de Augusto Abelaira.

4 comentários:

  1. Introspecção perfeita, meu caro Outro Ente.

    Um abraço.

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  2. Os sonhos que não morrem neste mundo são aqueles que releva sonhar, certo?

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  3. Que bom Doce Outro Ente, querer falar de coisas ...
    A mim não me tem apetecido falar de nada!
    Espero que o querer volte mas, também nã tenho pressa. :)

    Bonito post :)

    Só porque me apetece deixo-lhe; Eu Quero ...

    :))

    https://www.youtube.com/watch?v=17gpfC60nHE

    Continuação de boa semana!

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  4. Tive um dejá-vu ao ler o excerto que aqui colocaste :P

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